quinta-feira, 1 de julho de 2010

Islândia - erupção do vulcão Eyjafjallajokull

 
 
O curioso nome Eyjafjallajokull é o resultado da justa posição dos três substantivos: eyja, fjalla e jökull, que significam, respectivamente, ilha, montanha e geleira, ou, numa tradução livre, “geleira da montanha da ilha”. Actualmente famosa, a pequena cadeia de Eyjafjallajokull antes passava despercebida por viver à sombra da imponente geleira de Mýrdalsjökull, que sempre foi conhecida por ser uma das maiores do mundo.
 
Geologicamente, a Islândia é bastante nova, mas, para os padrões humanos de contagem de tempo, não. Segundo historiadores, a ocupação do território começou no ano de 874, pelos primeiros imigrantes noruegueses e irlandeses, que se espalharam por diversas partes do arquipélago formando povoados como o de  Eyjafjöllum – que pode ser traduzido como “embaixo do Eyjafjalls”. Situado na base do vulcão, próximo à cordilheira, seus moradores estão acostumados com a intensa actividade sísmica da área, mas não contavam com as erupções, já que as últimas aconteceram entre 1821 e 1823. Esse intervalo de 187 anos é suficiente para os geólogos classificarem o Eyjafjallajokull como uma área de intensa actividade vulcânica.
As fotos que vemos aqui foram tiradas a 30km da cratera. Não era permitida maior proximidade, mas, mesmo assim, expressam o poder de devastação das erupções. A quantidade de cinzas lançadas no ar é impressionante.



Os vulcões estão significativamente presentes no folclore islandês. Personagens e deuses ligados às crateras permeiam o imaginário popular há muitos séculos e estão mais vivos do que nunca, já que estas últimas actividades são as mais intensas desde a última Era Glacial.
Na cultura nórdica, as crateras representam a morada de entidades superiores ou até mesmo um meio de comunicação destas com os humanos. Sagas islandesas narram histórias de vilas que funcionavam em detrimento dos majestosos vulcões, e as erupções eram consideradas um castigo: como se a natureza se mostrasse imponente, sempre superior à acção do homem. 



Nada muito diferente de hoje, visto o caos na aviação civil e a repercussão que os fenómenos naturais causam nas ordinárias actividades do mundo globalizado.

in, Obvious

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